Me senti na obrigação de continuar a postagem anterior, já que na verdade não dei nenhum detalhe sobre como está o Astra atualmente. Então, vou partir para a preparação atual dele, explicando como cheguei até o estágio em que ele se encontra.
Sem mais delongas, o Astra está com um motor diferente do que o seu original, apesar de ser bem parecido estruturalmente. Ele conta com um cabeçote multiválvulas, derivado dos Astras, Vectras e Zafiras 2.0 16 válvulas, e são conhecidos pela sigla X20XEV ou mais popularmente, ECOTEC. O bloco também é desses modelos, tendo em vista que conta com um reforço estrutural na parte dos mancais do virabrequim, coisa que não existe nos blocos mais antigos. Este bloco foi reforçado na parte dos cilindros com o que se chama de "block guard", além de ter sido retificado com o uso de um "tork plate", ferramenta indispensável para que o bloco, no momento da remontagem do motor, mantenha as folgas e posicionamentos dos cilindros quando receber o torque aplicado pelos parafusos do cabeçote.
Obviamente, não foi simplesmente extirpar o motor antigo e colocar um motor mais novo para dentro do cofre do carro, principalmente devido ao fato de o antigo contar somente com 8 válvulas. Dessa forma, muitas modificações são necessárias, principalmente na linha da água e na parte que tange às polias, tensionadores, roletes e correias. Como o carro não conta mais com direção hidráulica (substituida por um setor mecânico de kadett ) e ar-condicionado (arrancado fora, com muito prazer), acabei utilizando a correia multi-v somente para ligar a polia do vira-brequim até o alternador, sem utilizar esticador. O espaço que eu ganhei com isso foi incrivel! Facilita a montagem/desmontagem de uma maneira sem igual!
A injeção que uso é uma Fueltech RACEPRO 1Fi, combinada com uma FIRE4S e um módulo Peak and Hold, que fazem pulsar bicos Ford Racing 160 lb/h que, segundo informações, suportam mais de 700 cavalos usando álcool como combustível. Como eu ainda não estou nem perto de números tão cavalares (literalmente!!), estou bem tranquilo... Todas essas peças foram adquiridas diretamente na Fueltech, em contato direto com o Anderson e sua equipe. Quero mandar um agradecimento especial para eles por me tratarem de uma forma tão especial. Me senti como um piloto famoso quando fui recepcionado pela equipe! Tratamento igual a esse é raridade por aqui, infelizmente. PS: Utilizo uma sonda WideBand emprestada do Pedro, com o sistema de leitura da Fueltech, que é emprestado pelo Gringo! hahaha Por sinal, o Gringo, juntamente com os seus padrões GOF (não queiram saber o que significa isso...) instalou comigo a Fueltech no meu carro! Foi uma tarde muito divertida e que culminou com o funcionamento do carro logo na primeira tentativa! Valeu!
Eclipse do Gringo:
A turbina que estou utilizando no momento é uma Master Power .63/.70 de numeração 802205, a famosa e tradicional Super 70! Adquiri ela na Fullturbos e, por enquanto, está funcionando maravilhosamente bem. Diria, inclusive, que está funcionando bem demais!
Todo o restante de peças do kit turbo que estou usando, com exeção de duas válvulas, a wastegate e a de prioridade, que adquiri do JulianoKR (corsinha 1.0 turbo com rodas de calibra 94, quero ver um mais bonito que esse...pena que foi vendido), foram adquiridas na loja Porto Som (PS RACE), pelo André e pelo Rique (que atualmente está fora do Brasil). André, o teu atendimento é fora dos padrões: 24 horas, celular sempre ligado, peças de qualidade e a maior das boas-vontades, fora que os preços são sempre em conta! Olha, esse atendimento diferenciado da Porto Som é algo que não tem preço. Sempre que precisamos o André está a postos e, na maioria das vezes, resolve todos os nossos problemas. Parabéns pelo trabalho André e Rique!
O restante do carro se resume a uma desmontagem completa de todo o interior, restando somente o essencial, como bancos, painel e direção, por questões de alivio do peso e preservação da caixa de câmbio. Acreditem, isto funciona! Estruturalmente, o Astra conta com o agregado e balanças dianteiras aliviadas e repintadas, assim como todo o cofre repintado. Este trabalho todo foi realizado na Sprint, com as soldas e suspensão feitas pelo Vicente, aliviamentos pelo Fábio e pinturas conjuntamente com os demais trabalhos manuais realizados pelo Marquinhos. São pessoas que, juntamente com as duas gêmeas, Rita e Júlia e mais sua mãe, a Beti, formam uma família maravilhosa que se chama Sprint. Cada um tem o seu papel por lá, e, com certeza, a Sprint não seria mais a mesma caso um deles não esteja presente!
Finalmente, vou salientar que o motor e caixa contam com o tratamento total dos produtos da Molycote, que se resumem a uma aplicação de bissulfeto de molibdênio nas peças internas desses dois conjuntos. Uso, também, tanto no motor como na caixa, óleo 100% sintético, SEMPRE.
Muitas pessoas me perguntam se enfrentei problemas ao fazer tais modificações no meu carro. Posso garantir: Com um pouco de idéias, força de vontade e dedicação, é amplamente possível realizar tais modificações, inclusive pagando um preço bem conveniente por isso. É claro que são trabalhos manuais, desgastantes e demorados, mas o resultado é compensador. Além do mais, tendo uma "equipe" como essas todas que eu citei acima, tudo acaba sendo muito divertido e agradável!
Nesse fim-de-semana estarei remontando meu carro para participar da prova do dia 12 de julho. Desejem-me sorte e façam pensamento positivo para que tudo ocorra bem!
Bom, tudo começou em 2002, alguns meses depois de uma experiência traumática com um gol 1.0 16v (três acidentes em menos de um ano). Estava procurando um carro que fosse de valor mais baixo e também não abria mão do desempenho. Acabei encontrando esse Astra 1995, e fiquei impressionado com o estado de conservação. Me apaixonei na hora, e digo o motivo: Em meados de 1995, meus pais adquiriram um Astra zero quilômetro, prata escuna. Eu era simplesmente enlouquecido pelo carro e estava permanentemente em estado de frustração por não poder dirigi-lo, afinal de contas, contava com apenas 12 anos na época. E, para a minha tristeza maior, o carro foi vendido em 1998, antes de eu completar meus 18 anos. Nunca consegui dirigir aquele carro. E o mais engraçado é que até hoje eu o vejo aqui perto da zona em que moro e, para a minha felicidade, bem inteiro.
Mas o tempo passou e, como disse anteriormente, havia passado por uma experiência bem traumática com um carro zero, terminando por vendê-lo batido e por um preço três vezes menor. Por esse motivo, queria um automóvel mais antigo, de valor acessível e de manutenção relativamente baixa. Sabia que o astra era antigo, e sabia igualmente que, com exceção da lataria e das partes internas, todas as peças de mecânica e suspensão eram de carros nacionais da GM. Assim, juntei o dinheiro que me restava e comprei o carro que seria futuramente o meu Astra número 888.
Nos anos seguintes à compra, utilizei o carro normalmente, sem nunca sofrer problemas. Até que em 2004, impulsionado pela vontade de possuir um carro mais potente, resolvi levar o carro até um mecânico bem conceituado da cidade, especialista em Chevrolets. Infelizmente, este ato culminou numa experiência totalmente desagradável. Mas isso é um assunto para outro post. Resumindo, até o momento em que eu resolvi mandar alguém modificar o meu carro, ele sempre havia sido maravilhoso. Abatido e chateado, eu mesmo, na garagem do meu prédio, resolvi desmontar o motor do meu carro e recolocar as peças originais, com o intuito de fazer com que o carro fosse capaz de se locomover novamente sem quebras e panes.
E assim ocorreu. Eu, ajudado pelo Pedro, conseguimos desmontar e remontar o motor do meu carro sozinhos!
Fiquei abismado no que eu havia acabado de concretizar! O tempo passou e no ano de 2006, conheci o Vicente Queiroz e o T.O Castro com o seu Civic VTi 07, que estavam participando de campeonatos de arrancada aqui na cidade de Porto Alegre. Era o Campeonato Metropolitano de Arrancada, que ocorria no Complexo Cultural do Porto Seco, o popular "sambódromo". Até aquele momento, eu não sabia da existência da Sprint. Sabia que existia somente o Vicente, "o cara das suspensões automotivas lindas", que participava de alguns fóruns que eu também fazia parte.
Motivado pelo sucesso do Civic, vendo que o carro era impulsionado pela utilização de Óxido Nitroso, o famoso "nitro", fiquei bem tentado em utilizar a mesma receita no meu carro. Mas, naquela época ainda era bem mitológica a utilização do nitro nos carros, e as crendices populares se posicionavam totalmente contra o famoso "gás do riso". Todos falavam que nitro quebrava motores, que era veneno para os carros, que jamais funcionaria e que ninguém era capaz de conseguir fazer algum carro funcionar corretamente com ele.
Para a minha surpresa, meu colega de faculdade, o Pedro, aquele mesmo que me ajudou a desmontar e montar o motor pela primeira vez (Pergunta: O que DIABOS nós estávamos fazendo na faculdade de Direito afinal????), acabou adquirindo um kit nitro e, mais incrivelmente ainda, ele não possuia carro. Assim, o kit acabou sendo emprestado para um outro amigo meu, também da faculdade, o Marcelo, que, pelas mãos do Vicente, instalou o referido kit no seu Civic LX. O carro havia ficado muito divertido...
Então o tempo passou e nos meses finais de 2006 o Marcelo estava vendendo o seu Civic. Mal o Pedro falou que o kit estava sendo retirado do carro do Marcelo, eu já estava lá na casa dele esperando que o portão fosse aberto para que instalássemos no meu carro! Logo após a instalação, saímos para fazer alguns testes... SEM PALAVRAS! A minha primeira impressão foi indescritível! O carro se tornou um bólido ao apertar de um botão! Era algo mágico, fantástico e que estava instalado no meu Astra!
Foi aí que resolvi participar das arrancadas! Compareci, mais para o fim de 2006 no sambódromo e competi, pela primeira vez, do Campeonato Metropolitano de Arrancada. O carro se portou muito bem, fazendo menos de 10 segundos nos 201 metros (9,7 segundos se não me engano) e TUDO começou por aí. O resto vocês já sabem...
Para quem não sabe, o Open day é um evento que, exatamente pela sua tradução (dia aberto), se resume a disponibilizar a reta do complexo Velopark para receber os carros de qualquer pessoa que tenha vontade e curiosidade de saber como é uma corrida de arrancada, como é acelerar numa pista de verdade, um local seguro que foi criado especificamente para esse propósito. É isso aí, uma pista maravilhosa, nos moldes da NHRA, que é a Associação Nacional de arrancada dos EUA, construída no meu quintal de casa... Parece uma utopia, sonho, divagação... seja o que for, é REAL. E, para a minha surpresa e contentação, naquele dia, meu carro foi um dos mais rápidos do evento, marcando o tempo de 8,3 nos 201 metros e 12,7 nos 402 metros, tendo direito, inclusive, a uma foto que foi para o próprio blog do Velopark:
Este é o resultado do meu trabalho em conjunto com a Sprint, oficina que eu faço parte e que garante que eu esteja sempre no rumo certo das coisas. O cofre do meu carro, além do capricho, conta com toda a minha dedicação, organização e suor, sendo que mesmo que eu quisesse, jamais conseguiria fazer sozinho. Fica o agradecimento ao pessoal da Sprint: Marquinhos, Vicente e Fábio! Mas, como nem tudo é alegria, no final do dia, na minha 6ª ou 7ª passada, tive problemas no motor. Nada que não pudesse ser solucionado. Mas, para mim, o dia estava acabado. Estava absurdamente feliz, mas frustrado por não ter conseguido me divertir mais! O carro estava lindo, brilhando e, o que é melhor, andando bem! Muitos amigos torcendo por mim!
Vídeo onboard do dia:
Me senti muito bem com tudo aquilo, pois foi um dia inesquecível para mim.Meu carro, através do meu trabalho, me garantiu diversões que eu jamais imaginei que poderia ter. Como já disse o meu amigo Ricardo, "para mim, naquele momento, o meu carro era o mais rápido do mundo".E foi mais ou menos isso que senti quando estava acelerando com o Astra: Tal sensação possui valor inestimável.
Em breve, no dia 12/07/2008, no Velopark, ocorerá outra etapa da Associação Desafio, sendo que estarei presente nela! Quem sabe melhorarei meus tempos? Isto, somente o próprio tempo dirá...
Bom, primeiramente eu gostaria de dizer que o universo dos blogs ainda é desconhecido para mim, pois nunca tive um e nem sou leitor assíduo de nenhum, com algumas exceções, como toda regra que se preze...
Contudo, resolvi começar este aqui por indicações de amigos, tendo em vista a atividade que desempenho como hobby. De acordo com a foto de entrada do meu blog, acho que vocês perceberão qual é. Eu corro com o meu Astra 1995! Isso mesmo! Esse aí abaixo:
Inclusive, este vídeo que fiz retrata um pouco das modificações que o carro possui:
Quanto a arrancada. Ocorrem em pistas que contêm tanto 201 como 402 metros para acelerar. Quanto menor o tempo em que o carro percorrer este espaço, melhor. É um esporte extremamente difundido ao redor do mundo, principalmente nos Estados Unidos! A maioria das pessoas já devem ter ouvido falar, principalmente porque aqui no Rio Grande do Sul, mais especificamente em Nova Santa Rita, foi inaugurado recentemente o VELOPARK, maior complexo de automobilismo existente na América do Sul. E é lá que atualmente eu e meus amigos da Associação Desafio estamos competindo!
Nós participamos de uma categoria chamada DESAFIO, e dela criamos a Associação Desafio! Esta Associação reúne muitos entusiastas do esporte da arrancada que, assim como eu, preparam seus carros para correr nas pistas. Recomendo que visitem o site da Associação Desafio , que traduzirá em miúdos tudo isso que estou contando.
Gostaria de agradecer à Rita Copetti de Queiroz e o Marco Queiroz que me motivaram muito a criar este blog. Foi por pura insistência mesmo! E, acho que vocês estavam certos, pois tenho certeza que gostarei muito de entrar nesse mundo, afinal de contas, como advogado, dou belo mecânico!