segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Um dia Atípico.

III Open Day no Velopark: A AD dessa vez não foi em peso, tendo em vista a proximidade com a prova em Santa Cruz do Sul que ocorreu (não literalmente, devido à chuva que lá caiu) duas semanas antes. Mesmo assim, vários carros da AD foram e mostramos que estaremos sempre presentes.

Eu digo que foi um dia atípico devido a alguns fatores que raramente estão presentes num carro de arrancada num dia de prova. Posso começar dizendo que não precisei abrir a minha caixa de ferramentas para mexer no Astra NENHUMA vez. Mesmo após cinco puxadas de 402 metros, só verifiquei o óleo e a água do motor, e ainda assim, rapidamente. Motor saudável, 2,2 bar de pressão, destracionando quase todas as marchas... Em resumo, um dia de acerto muito bom para o astra. Finalmente cheguei a um mapa confiável na Fueltech e, dessa forma, estou adquirindo confiança no carro, que é algo que não existia até o momento. É claro que um acerto mais fino é necessário, e isso só o dinamômetro resolverá.

O tempo não veio dessa vez, mas eu não estava preocupado com isso. A nova configuração do motor deixou o Astra muito mais nervoso, principalmente para arrancar. A primeira marcha basicamente não servia para nada, pois sequer conseguia mover o carro. Mesmo dosando o acelerador, parecia que eu estava arrancando num ambiente sub-aquático.

Já de alta... quarta marcha, 2,2 quilos de pressão de turbo, pressão essa que incidia também sobre meu corpo ao ser empurrado contra o banco concha. Sensação de certa forma tão maravilhosa quanto assustadora, que me remeteu à vez que usei o nitro com o outro motor ainda, pois foi uma aceleração brusca que fazia o ponteiro do velocímetro despencar até os 200 km/h de uma forma rápida e brutal...

Me lembro da vez que me disseram que tudo começaria a ter MUITO mais graça quando eu começasse a ter medo do meu carro... É, acho que essa sensação está aí. Ao mesmo tempo em que dá aquela ansiedade de ir para a pista e acelerar fundo, a tranquilidade de estar freando e vendo que tudo está bem após a puxada é muito recompensadora também. É muito legal saber que você tem em mãos um carro capaz de superar a maioria dos super-esportivos existentes pelo mundo, saber que poucas pessoas por aí já sentiram o que você sentiu. A ansiedade, juntamente com o medo gerado e a brutalidade com que tudo acontece, formam um composto que é viciante. É algo mágico, que vicia e anestesia o corpo humano. Depois disso, dirigir carros convencionais é algo tão empolgante quanto assistir uma partida de xadrez em câmera lenta.

Apesar de eu estar tentando me utilizar de adjetivos e comparações, só realmente entenderá o que estou falando aqui quem já andou em algum carro forte na pista, em que as preocupações estão voltadas somente ao carro, se ele conseguirá resistir até o final da puxada, e não direcionadas ao que acontecerá na próxima esquina ou sinaleira. Acelerar na rua com um carro desse porte é basicamente comprar uma passagem somente de ida ao além. Quem faz isso, ou não percebeu tudo isso que falei até aqui, ou não tem amor à propria vida e à dos demais.

Esse dia, do Open Day, serviu para eu reparar que o Astra não é mais um carro com seus 200-250 cavalos, como era até 2007. Até o ano passado, tudo era simples, acertar o carro na rua, injeção original, 100 cavalos de nitro, uma, duas testadas, carro pronto para arrancar. Em um carro com 400-500 cavalos, variáveis de todos os tipos surgem. Até a maneira que eu segurava o volante influenciava na arrancada do carro, coisa que sequer era percebida nas outras vezes em que arranquei.

Poisé, o Astra me botou medo e a graça de tudo se multiplicou. Maravilha!

Outras coisas boas de salientar do Open Day: Fiat 147 turbo voltou às pistas! Chegou chegando, como diria o Pichulin! Dos 21 segundos virados nos 402 metros na sua primeira aparição, o tempo despencou para os 15 segundos baixos. E tirando o pé! Esse fiat incomodará! Escrevam isso!








O João Timmers, com o seu Astra belga, andando com o motor original aspirado virando tempos melhores do que quando usou um kit nitro... 10,2 nos 201 João! Parabéns! É tempo respeitável! Quero ver agora com os novos upgrades!





O Carlo, com o seu Brava nitro finalmente entrou na casa dos 9 segundos nos 201 metros! Esse feito é almejado pelo Dogão com sua Pálio Weekend também nitro, história que já rendeu muitas e boas risadas. Mas eu acho que na próxima prova ele também entrará nos 9 segundos nos 201! Estou confiante!







Por último, os Gringos e o Eclipse: Fizeram o carro funcionar, após sucessivas tentativas frustradas, vazamentos de todos os líquidos existentes no carro, bobinas queimadas, bicos injetores sem funcionamento, etc. O Eclipse contou com a ajuda de inúmeros integrantes da AD e da Fueltech! O Anderson, utilizando todos os seus conhecimentos e experiência, assim como eu, Vicente e Gustavo, fizeram o carro funcionar com os seus 4 cilindros. E aí, um ajuste no mapa feito pelo Vicente e o carro estava pronto para finalmente estrear na pista. Esse carro surpreenderá muita gente por aí. E gente grande...






Próxima parada, Santa Cruz do Sul, dias 20 e 21 de Setembro. O Astra não estará presente por lá, mas o raFASTra sim, ajudando os integrantes da AD por lá!

Fotos: Astra, raFASTra e Associação Desafio!




10 comentários:

Custódio C. C. de Almeida – CCCA disse...

Um dos melhores posts sobre o Open Day e as notícias dos carros da AD.

E lembrou dos carros que "prepara"! Massagem no ego... hahaha

Rita Queiroz disse...

"Depois disso, dirigir carros convencionais é algo tão empolgante quanto assistir uma partida de xadrez em câmera lenta."

Fiquei imaginando isso e me deu um sono terrivel.

Pois bem, o custodio tem razão, o post está incrivel!
Eu diria que é o post mais bacana que tu já escreveu. Pq? Pq tem emoção! Tem medo misturado com a vontade de andar.
É otimo ter medo, assim não dá pra esquecer que esse é um esporte perigiso, mas com calma pode ser a coisa mais divertida do mundo!

Gostei do post.

beijo! :)

disse...

ixii,vou ser repetitiva...
MUITO BOM O POST!!!Gosto muito dos teus textos. Quanto ao medo,humm...velocidade...eu MORRO DE MEDO!!!

Ah Rafa, pena que o Astra não vai a SCS, mas que bom que você vai e que são pedro nos ajude desta vez ;)

Beijos

Marco Queiroz disse...

Xadrez em camara lenta... Essa foi do fundo do bau!

Mas a sensação é bem esta mesmo. E esse post demorou, demorou, mas no fim, foi o mais legal até agora.

Já sabe que isso leva ao compromisso de tentar fazer ainda melhor na próxima vez.

Gu de Almeida disse...

Simplesmente animal o post...

É exatamente isso que sinto quando acelero o 147, medo misturado com alegria e uma pitada de preocupação.

Assim como você, eu também sinto tudo isso que descreveste.

Realmente está de parabéns, belo post, e valeu em tocar no nome do 147, um dia chegamos aos pés do astra, hehehe!!!

Abraços.

Vicente Queiroz disse...

Muito legal! fez um "resumão"do open day! muito legal mesmo! Se continuar assim a cada prova, vai ter gente que vai entrar no blog pra saber não só do Astra, mas tb as notícias de cada prova!

Sobre o "medo do carro", realmente, só quem PASSA PELO TRABALHO DE CONSTRUIR, assumindo a responsabilidade sobre o que foi feito, é que sabe o que você quer dizer. Acelerar pateticamente na rua, achando que é algum tipo de piloto de fuga, passa imediatamente ao nível do ridículo, uma vez que se sente o que você sentiu.

Mas isso não é o fim. Ainda há uma etapa mais incrível para ser experimentada... Quando o medo de perder a puxada para um adversário é maior do que o medo de perder o motor, ou até mesmo o carro...

Esse... Bem, há de chegar a hora!

Abraços!

Anônimo disse...

Fala meu!

Parabéns pelo post! Sensacional!

Como tudo na vida, quando perdemos o medo perdemos também a adrenalina de fazer aquilo. O medo é apenas um sentimento que nos faz querer cada vez mais!

Abs!

Igor Terres disse...

Rafastra!

O post ficou muito bom, bacana de ouvir as historias... Conseguiu traduzir muito bem todos os sentimentos em palavras. Lembrou o Marcolino escrevendo.

E mais, te desafio para uma partida de xadrez!

Grande abraco!

- raFASTra - disse...

Igor!!! Bah, a partida eu fico te devendo, pois acho que fazem uns 10 anos que sequer olho para um tabuleiro de Xadrez! hehehehe

Obrigado pelos elogios, ainda mais com a comparação!

Um abração! Tudo de bom por ai!!

Confraria da Panela disse...

Quase 1 mês sem postar... Tsc tsc tsc!